quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Capítulo VIII – A escuridão


Nessa noite a Mrs. Denise fez um jantar de boas-vindas excelente, lasanha. Todos comeram e choraram por mais. Foi um jantar animado e no final da refeição todos ajudaram a levantar a mesa. O Garbo e o John não puderam ficar para jantar mas que amanhã voltariam. Antes de sair o Greg falou comigo a sós e disse que tinha adorado conhecer-me e esperava que pudéssemos ser bons amigos. Depois disto trocamos números de telefone, ele deu-me um beijo na bochecha e partiu.

Durante o serão ficamos todos na sala de estar, jogamos jogos e conversamos. O Frankie fez-me jogar com ele uma nova versão do jogo Need for Speed ou algo do género. Acho que no final se arrependeu porque lhe ganhei e ele ficou um pouquinho amuado. A Camilla, a namorada do Joe, tinha aparecido pouco depois do jantar e este um bocado na nossa companhia. De facto, ela não parecia ser muito amigável, não se misturava connosco e muito menos ria verdadeiramente como nós tínhamos feito até então. Posso dizer mesmo que ela me olhava com um olhar de superioridade de que eu não gostei nada, mas fingi não reparar e tratei da forma mais simpática que consegui, ao contrário dos outros que faziam como que se a ignorassem.

Quando o serão acabou fomos cada um para o seu quarto. A primeira coisa que fiz quando entrei no meu foi inspirar fundo como se quisesse certificar-me de que aquilo não era um sonho.

Arranjei-me para dormir e como faço sempre verifiquei se tinha alguma coisa no telemóvel, tinha uma mensagem que dizia o seguinte:

“Dorme bem. Espero voltar a estar contigo amanhã. Com carinho, Garbo.”

Aquilo deixou-me confusa, sempre que falava com o Garbo tinha a sensação que isso ia acabar de repente e aquela sensação fez-me sentir o mesmo. Fez-me sentir a necessidade de confirmar que estaria com ele sempre, que nada de mal ia acontecer.
Já deitada na cama adormeci depressa, devia estar cansada apesar de não o sentir. Espera ter um sono tranquilo mas enganei-me….

“Estava escuro…eu estava em frente a uma sepultura, de joelhos sem me conseguir mexer, apenas soluçava e tremia…estava frio mas eu não conseguia sair dali. Não estava sozinha consegui ver alguém a tentar chegar junto de mim mas não conseguia…
De repente tudo pareceu mudar…agora estava num quarto…um quarto igualmente escuro e frio…senti a dor tomar conta de mim…ouvi alguém chamar do outro lado da porta, dizia-me para ficar com ele, não o deixar sozinho…implorava para o deixar entrar…eu queria mas não conseguia…não me conseguia mexer…”

Acordei quando alguém de estava a chamar e a abanar gentilmente. Percebi que estava a chorar pois senti o rosto húmido. Só depois de os meus olhos se ajustarem é que percebi que quem me chamava era o Joe.

-Estava a passar à tua porta e ouvi-te chorar e mexer muito na cama…bati á porta mas tu não respondeste. Quando a abri vi que estava a ter um pesadelo… Estás bem? – perguntou ele como uma expressão angustiada na cara.

-Sim, acho que sim…acho que agora estou bem. Obrigada. – disse ainda meia a tremer.

-Tens a certeza? Se quiseres eu posso ficar contigo até adormeceres… - sugeriu ele

Por menos que eu quisesse estar sozinha não podia aceitar a proposta dele…ele precisava de descansar e eu não sabia se demoraria muito tempo a adormecer, por isso respondi:

-Sim, já estou bem, não te preocupes. Deve ter sido só do cansaço. Eu agora adormeço bem, já não é a primeira vez – disse timidamente a sorrir – Vai descansar que também precisas. Estás com ar cansado.

-Tens a certeza? Eu não me importo, eu estou bem… - replicou ele.

-Tenho a certeza absoluta. Obrigada.

Depois de lhe dizer isto, Joe lá saiu do quarto, meio contrariado é certo. Sorri-lhe em sinal para não se preocupar e ele fechou a porta e saiu. Deitei-me de costas na cama e não dei por adormecer. Desta vez não sonhei, dormi tranquilamente até de manhã.

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